Hoje, o campo da “pré-história” é cultivado pela arqueologia moderna, que com os seus metodo rigorosos identifica e descreve um vastíssimo panorama de artefactos físicos em toda a superfície terrestre e ao longo de um vasto espaço de tempo. Nos livros especializados, tais artefactos são interpretados como sinais das realidades humanas desaparecidas no passado. Mas já é tempo de reconhecer também a estes cenários a contemporaneidade cultural a que fazemos alusão com a palavra “arquitectura”. Actualmente, perante a densidade e a coerência do património até agora explorado, pode dizer-se mais: a “arquitectura” para a qual devemos direccionar o nosso interesse é o conjunto das experiências díspares arquitectadas pela família humana ao longo de todo o decurso da sua presença sobre a terra. Díspares, e no entanto tornadas unitárias pelas conformidades estruturais que a investigação contemporânea relaciona em tantos outros campos: os equipamentos materiais, as línguas, os comportamentos, as instituições. Até as experiências mais ilustres, consagradas pela tradição – o Egipto, a Grécia clássica, o Renascimento europeu – só se podem avaliar correctamente a partir da herança pré-histórica e comparando-as às outras experiências paralelas saídas da mesma cepa. Temos de aprender a olhá-las “de trás“ e “de lado“, e não apenas “de frente“, como arquétipos do que veio depois.

As origens da arquitectura

ALBRECHT, BENNO
2004-01-01

Abstract

Hoje, o campo da “pré-história” é cultivado pela arqueologia moderna, que com os seus metodo rigorosos identifica e descreve um vastíssimo panorama de artefactos físicos em toda a superfície terrestre e ao longo de um vasto espaço de tempo. Nos livros especializados, tais artefactos são interpretados como sinais das realidades humanas desaparecidas no passado. Mas já é tempo de reconhecer também a estes cenários a contemporaneidade cultural a que fazemos alusão com a palavra “arquitectura”. Actualmente, perante a densidade e a coerência do património até agora explorado, pode dizer-se mais: a “arquitectura” para a qual devemos direccionar o nosso interesse é o conjunto das experiências díspares arquitectadas pela família humana ao longo de todo o decurso da sua presença sobre a terra. Díspares, e no entanto tornadas unitárias pelas conformidades estruturais que a investigação contemporânea relaciona em tantos outros campos: os equipamentos materiais, as línguas, os comportamentos, as instituições. Até as experiências mais ilustres, consagradas pela tradição – o Egipto, a Grécia clássica, o Renascimento europeu – só se podem avaliar correctamente a partir da herança pré-histórica e comparando-as às outras experiências paralelas saídas da mesma cepa. Temos de aprender a olhá-las “de trás“ e “de lado“, e não apenas “de frente“, como arquétipos do que veio depois.
2004
9789724411668
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